Equalis veterinaria

Leishmaniose visceral canina

Autor: Edna Michelly

[vc_row][vc_column][vc_column_text]A Leishmaniose visceral (LV) é uma doença parasitária que acomete diferentes espécies de mamíferos selvagens e domésticos e o homem nos países tropicais e subtropicais. A doença tem como agente causal nas Américas o protozoário da espécie Leishmania infantum (syn. L. chagasi) que é transmitido para os hospedeiros susceptíveis por insetos hematófagos do gênero Lutzomyia, por ocasião do repasto sanguíneo.

            No Brasil, a LV é considerada endêmica no território nacional, destacando-se os estados da região Nordeste e os cães domésticos têm sido considerados os principais reservatórios de L. infantum, representando importante função no ciclo de transmissão do parasito ao homem.

Sinais clínicos

            Os sinais clínicos não cutâneos incluem emagrecimento progressivo, anemia, sangramentos espontâneos, aumentos dos linfonodos, problemas articulares, oftalmopatias e aqueles associados à doença renal.

            O padrão clínico dermatológico mais comum é a alopecia que pode estar associada a uma esfoliação branco-acinzentada, podendo ser discreta ou intensa que normalmente acomete a face e orelhas, mas pode generalizar. Os cães ainda podem demonstrar erosões e úlceras em extremidades como ponta de orelhas (Figura. 1), focinho e sobre tuberosidades ósseas. Além disso, pápulas, nódulos, hiperqueratose de focinho e coxins, onicogrifose (Figura 2), paroníquia e pústulas, mais raramente.

 

Diagnóstico

Parasitológico*

– Citologia cutânea, de aspirado de linfonodo, suabe conjuntival e medula óssea para visualização de formas amastigotas;

– Cultura parasitológica.

* Testes considerados padrão ouro para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina.

Sorológico

– Reação de imunofluorescência indireta (RIFI)*;

– Teste imunoenzimático (ELISA)*;

– Testes imunocromatográficos.

* Altos títulos de anticorpos são considerados confirmatórios da doença.

Molecular

– Reação em cadeia da polimerase (PCR) qualitativo ou quantitativo de amostras biológicas parasitadas.

Tratamento e prevenção

– A terapia tem como objetivo reduzir a carga parasitária, retirando o cão da cadeia epidemiológica, restaurar a resposta imune, promover cura clínica e evitar recidivas;

– No Brasil, a droga leishmanicida recomendada é a miltefosina na dose de 2mg/Kg a cada 24h, por via oral, durante 28 dias, podendo protocolo ser repetido conforme necessidade;

– O alopurinol é considerado um tratamento alternativo e administrado na dose de 10mg/Kg a 20mg/Kg a cada 12h e o seu uso é contínuo;

– A domperidona auxilia no controle da resposta imunitária e é utilizada na dose de 0,5mg/Kg a cada 24h por 30 a 60 dias;

– A prednisona ou prednisolona pode ser utilizada na dose de 0,5mg/Kg a 1mg/Kg, principalmente nos casos de vasculites, oftalmopatias e problemas articulares;

– A doença não tem cura, sendo os pacientes acompanhados e monitorados durante toda a vida;

– Uso de coleiras ou produtos “spot-on” ou “sprays” que possuam piretroides em sua composição é indicado devida à ação repelente ao inseto vetor;

– Vacinação;

– Em áreas endêmicas, recomenda-se a associação dos repelentes e vacinação como medidas de profilaxia;

– Uso de telas em canis e janelas para evitar o contato dos cães com o inseto vetor também é recomendado.                                                                              [/vc_column_text][vc_column_text]

Figura 1. Lesões ulcerativas graves em plano nasal e orelha em cão com leishmaniose visceral.[/vc_column_text][vc_column_text]
Figura 2. Alopecia, hiperqueratose de plano nasal e onicogrifose em cão com leishmaniose visceral.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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