Equalis veterinaria

ADENITE SEBÁCEA EM CÃES

Autor: Edna Michelly

Adenite sebácea é um distúrbio disqueratótico crônico, caracterizado pela degeneração e atrofia pós-inflamatória das glândulas sebáceas. Trata-se de uma dermatopatia incomum, associada a algumas raças de cães, porém sua etiologia e patogenia ainda não estão bem definidas.

Não há predileção por sexo, podendo atingir cães adultos jovens e de meia idade. Várias raças têm sido descritas como predispostas a doença, principalmente Poodle Standard, Akita, Samoieda, Viszla e Lhasa apso.

As hipóteses relacionadas à patogenia da adenite sebácea incluem alterações genéticas estruturais primárias da glândula ou dos ductos sebáceos, resposta imunomediada contra antígenos presentes nos componentes da glândula ou da secreção sebácea; anormalidades da cornificação, ou defeito no metabolismo dos lipídeos. A adenite sebácea também pode se desenvolver secundariamente a determinadas doenças, sendo observada em várias doenças de base, tais como a leishmaniose, a demodiciose, alergia alimentar e síndromes úveo-dermatológicas.

Os sinais clínicos são variáveis, e dependem do tipo de pelagem e raça do animal. As manifestações clinicas mais comuns da adenite sebáceas são descamação progressiva simétrica e alopecia associada à seborreia seca. As áreas acometidas geralmente são as orelhas, face, cabeça e tronco (Figura 1).

Figura 1 Eritema, descamação e alopecia em a) face dorsal das orelhas e b) região dorsal

O prurido normalmente não está presente, mas nos casos em que existe infecção secundária por bactérias ou malassezia, pode ser observado.

Os diagnósticos diferenciais para lesões hiperqueratóticas oriundas da adenite sebácea devem incluir seborreia primária, dermatose responsiva a vitamina A, foliculite estafilocócica, demodicidose e dermatofitose.

Por outro lado, o diagnóstico da adenite sebácea se baseia na raça do animal, nos sinais clínicos, e nos achados da análise histopatológica de fragmentos da pele. A ausência de glândulas sebáceas detectada em exame histopatológico é o principal achado que diferencia a adenite sebácea das outras enfermidades. O tricograma pode ser utilizado como exame de triagem para os pacientes com suspeita da enfermidade, uma vez que a formação de cilindros foliculares pode estar presente.

Os tratamentos utilizados podem ser tópicos e sistêmicos, podendo ser usados isolados ou em combinação. Quando existe piodermite secundária, o seu tratamento sempre se faz necessário. Dentre os tópicos, citam-se xampus queratolíticos a base de enxofre e ácido salicílico, enxagues emolientes, propilenoglicol em concentrações de 50 a 75%, além de óleos hidratantes para bebês seguida por utilização de xampus múltiplos para remoção do óleo e escamas. Como tratamento sistêmico, citam-se produtos contendo ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, retinoides sintéticos e utilização adjunta de vitamina A.

O prognóstico é variável, dependendo da gravidade da doença. É uma dermatopatia incurável, porém o diagnóstico e t

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