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Extrassístoles Supraventriculares: Como Identificar a Origem

Autor: Ilvio Vidal

Batimentos supraventriculares se referem a alterações originadas em estruturas diferentes do Nó Sinusal (NSA), incluindo o miocárdio atrial, o Nó Atrioventricular (NAV), o seio coronário, as veias pulmonares e o ligamento ou veia de Marshall. Pode ocorrer na presença ou ausência de doença cardíaca primária, ou pode ser secundária a doenças sistêmicas.

Um batimento ectópico atrial é denominado prematuro se o mesmo ocorrer mais cedo do que o esperado no ritmo que está inserido e é chamado de escape quando ocorre após uma pausa do ritmo basal.

Para identificar o local de origem de um batimento ectópico supraventricular, é necessário avaliar a morfologia e o eixo elétrico da onda P ectópica (P´) registrada no plano frontal. Quanto mais distante a frente de onda estiver do NSA, mais pronunciadas serão as alterações morfológicas e de eixo da onda P´.

Quanto à origem, as extrassístoles supraventriculares podem ser classificadas em:

  • Atrial direito alto
  • Atrial direito baixo
  • Atrial esquerdo alto
  • Atrial esquerdo baixo
  • Juncional

 

Atrial Direito Alto (Teto Atrial Direito)

  • Onda P´ positiva nas derivações inferiores (II, III e aVF); positiva, bifásica ou isoelétrica na derivação I, e negatividade máxima na derivação aVR.
  • Eixo elétrico médio da onda P´, no plano frontal, está direcionado no sentido superior-inferior e varia de -20° a +90°.
  • Intervalo P´R normal.
  • Complexo QRS normal em morfologia (exceto nos distúrbios de condução intraventricular).

A diferenciação entre essas ectopias e os batimentos sinusais se faz pela prematuridade e morfologia, tendo em vista que ambos apresentam eixo elétrico similares.

Atrial direito alto

Atrial Direito Baixo (Assoalho Atrial Direito)

  • Onda P´ negativa nas derivações inferiores (II, III e aVF); positiva nas derivações I, aVL e aVR.
  • A duração da onda P´ pode estar aumentada.
  • Eixo elétrico médio da onda P´, no plano frontal, está direcionado no sentido inferior- superior e varia de -20° a -80°.
  • Intervalo P´R pode estar aumentado ou normal.
  • Complexo QRS normal em morfologia (exceto nos distúrbios de condução intraventricular).

 

Atrial Esquerdo Alto (Teto Atrial Esquerdo)

  • Onda P´ positiva nas derivações inferiores (II, III e aVF); positiva ou isobifásica na derivação I, e negatividade máxima na derivação aVL.
  • Eixo elétrico médio da onda P´, no plano frontal, está direcionado no sentido superior-inferior e varia de +90° a +180°.
  • Intervalo P´R normal.
  • Complexo QRS normal em morfologia (exceto nos distúrbios de condução intraventricular).

 

Atrial Esquerdo Baixo (Assoalho Atrial Direito)

  • Onda P´ negativa nas derivações inferiores (I, II, III e aVF); e positiva em aVR.
  • Eixo elétrico médio da onda P´, no plano frontal, está direcionado no sentido inferior-superior e varia de -100° a -180°.
  • Intervalo P´R normal.
  • Complexo QRS normal em morfologia (exceto nos distúrbios de condução intraventricular).                                                   Atrial esquerdo baixo, com bigeminismo

    Juncional

    • Onda P´ pode ser vista imediatamente antes ou depois do complexo QRS, bem como sobreposta à mesa; negativa nas derivações inferiores (II, III e aVF); e positiva em aVR e aVL
    • Eixo elétrico médio da onda P´, no plano frontal, está direcionado no sentido inferior-superior e varia de -80° a -100°.
    • Intervalo P´R diminuído ou ausente.
    • Complexo QRS normal em morfologia (exceto nos distúrbios de condução intraventricular).

                                                                                     Juncional

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