Equalis veterinaria

Babesiose canina

Autor: Jessica Carvalho

Babesiose canina é uma enfermidade transmitida por artrópodes, os carrapatos, e é causada por diversas espécies de protozoários do gênero Babesia. Este agente etiológico pertence ao filo Apicomplexa, classe Piroplasmea, ordem Piroplasmida e família Babesiidae, que infectam eritrócitos de animais domésticos, silvestres e humanos. Além disto, a babesiose também pode ser transmitida por transfusão sanguínea. Dentre as espécies mais diagnosticadas, estão Babesia (B.) canis e Babesia gibsoni.

O início da doença frequentemente é agudo, sendo comumente encontrado sinais clínicos como febre e letargia. Entretanto, podem evoluir para quadros de anemia, disfunção hepática, pulmonar, renal, cerebral e anormalidades hemostáticas. Isto devido a patogenia da enfermidade, que está relacionada a lise das hemácias devido a multiplicação do parasito dentro delas. Após o rompimento destas células, ocorre a liberação da hemoglobina, levando a quadros de hemoglobinúria e bilirrubinemia. Em sequência, a fração indireta da bilirrubina, em grande quantidade, leva a uma sobrecarga hepática, resultando em icterícia, congestão hepática e esplênica, ocasionando hepatoesplenomegalia.

As manifestações clínicas podem variar conforme a virulência do agente etiológico, bem como fatores que determinam a resposta do hospedeiro frente a infecção, como estado imunológico, idade, presença de infecções concomitantes ou outras doenças. De forma geral, pode apresentar-se de forma hiperaguda, aguda ou crônica.

O diagnóstico pode ser feito através do esfregaço sanguíneo de sangue periférico, verificando-se a presença do parasito dentro da hemácia. A espécie Babesia canis tende a causar baixas parasitemias, diferentemente da B. gibsoni. Além disto, morfologicamente a B. canis apresenta-se como organismos piriformes, comumente presente aos pares, enquanto que a B. gibsoni são organismos singulares e menores. O diagnóstico também pode ser feito por meio de testes sorológicos como RIFI e ELISA, bem como através de técnicas moleculares.

A depender da espécie que acomete os cães, existe uma susceptibilidade medicamentosa diferente. Logo, é de suma importância utilizar antiprotozoários de eficácia comprovada para melhor tratamento do animal, bem como terapia de suporte. Dentre as drogas mais utilizadas para o tratamento, está o dipropionato de imidocarb. Contudo, vale ressaltar que algumas espécies de Babesia não são responsivas a esta medicação, sendo necessário a associação com outras drogas.  Por fim, a prevenção está diretamente relacionada ao controle do ectoparasita transmissor. 

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