Equalis veterinaria

Dermatofitose

Autor: Edna Michelly

A dermatofitose é uma micose contagiosa causada por fungos dermatófitos e as principais espécies de importância para animais de companhia são Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes. Parasitam tecidos queratinizados da pele como o estrato córneo, pelos e unhas.

A prevalência da doença é de aproximadamente 5% dos casos dermatológicos de rotina. Filhotes de cães e gatos são mais acometidos, principalmente quando vivem em comunidade como abrigos.

Sinais clínicos

            Os animais acometidos podem apresentar lesões focais ou generalizadas, alopécicas e descamativas (Figura 1). Caracterizam-se por serem irregulares, assimétricas, com presença de eritema e os pelos remanescentes podem apresentar-se quebradiços. Em geral, as lesões podem ser pruriginosas de 11 a 50% dos casos. Gatos podem ser portadores assintomáticos e a infecção por M. canis pode ser transmitida a seres humanos.

Diagnóstico

– Exame com luz ultravioleta (Luz de Wood): caracteriza-se como exame de triagem em que metabólitos da espécie M. canis podem exibir um tom-esverdeado quando a lesão é submetida à fluorescência. Este exame pode obter resultados falso-positivos e falso-negativos não podendo ser considerado como método de diagnóstico isolado.

– Exame microscópico dos pelos e escamas: permite observação de artrosporos e hifas dos fungos dermatófitos.

– Cultura fúngica: teste ouro para diagnóstico da dermatofitose e permite identificação do agente etiológico envolvido.

Tratamento e prevenção

– Realizar tricotomia das áreas lesionadas ou tosar o paciente, quando possível.

– Terapias tópicas com ativos antifúngicos em formulações como sprays, loções, pomadas e cremes podem não ser eficazes pela disseminação dos esporos e hifas no pelame.

– Banhos com xampus a base de clorexidina 3%, miconazol 2% ou cetoconazol 2% são indicados uma ou duas vezes por semana nos pacientes em que o procedimento é bem tolerado. Esta terapia isolada pode funcionar isoladamente, principalmente nos filhotes acometidos.

– Pacientes que não obtiveram resultados positivos com a terapia tópica devem fazer uso de antifúngicos sistêmicos, tais como:

– Griseofulvina: 50 mg/Kg a cada 24h;

– Cetoconazol: 5 a 10mg/Kg a cada 24h;

– Itraconazol: 5 a 10 mg/Kg a cada 24h;

– Terbinafina: 10 a 20mg/Kg a cada 24h.

– O tratamento deve ser descontinuado após no mínimo uma cultura fúngica negativa e duração média de 45 dias;

– Identificar, isolar e tratar pacientes infectados sintomáticos ou assintomáticos;

– Limpeza e desinfecção do ambiente, uma vez que os fungos dermatófitos podem permanecer viáveis por até 18 meses.

Figura 1. Felino apresentando lesão alopécica, eritematosa e descamativa por dermatofitose em região periocular esquerda.

Compartilhe com um amigo

Telegram
WhatsApp
LinkedIn