Equalis veterinaria

DERMATITE ACTÍNICA

Autor: Edna Michelly

A dermatite actínica ou dermatite solar é uma reação de fototoxicidade cuja ocorrência está ligada a componentes comportamentais, geográficos e fenotípicos.

Cães e gatos de pelagem clara ou escassa que ficam expostos ao sol são os mais acometidos pela doença. Gatos brancos têm aproximadamente 13x mais chance de desenvolver problemas relacionados à exposição solar do que os gatos coloridos. Animais que moram em casa ou que têm acesso à rua, podem ser expostos regularmente a altas temperaturas, principalmente entre 10 e 15h, diferente de animais confinados em apartamento. Regiões quentes de altas altitudes podem ter uma alta casuística.

A exposição solar regular pode induzir a formação de queratinócitos vacuolizados ou apoptóticos, dilatação vascular e depleção das células de Langehans. Além disso, pode promover aumento da histamina, prostaglandinas, leucotrienos e radicais livres. Lesões em proteínas, organelas e ácidos nucleicos também ocorrem e o gene p53, indutor de apoptose, poderá sofrer mutações.

Os sinais clínicos mais comuns são alopecia, eritema e áreas de exfoliação. Com a evolução, pode haver formação de crostas, erosão e ulceração. São lesões consideradas pré-cancerígenas e o carcinoma de células escamosas é a neoplasia que pode ocorrer com maior frequência mesmo após meses ou anos de exposição.  Nos felinos, esses sinais podem ocorrem na ponta das pinas (podem se demonstrar levemente retorcidas), comissuras palpebrais, região pré-auricular e narina. Em cães, além dos sinais já descritos, poderá haver comedões e furunculose actínica, acometendo a região lateral e ventral do tórax e abdômen (figura 1). No início, as lesões não incomodam o paciente. Com o progredir da doença, poderá haver prurido e infecções bactérias secundárias.

Figura 1. Dermatite actínica na região lateral esquerda do tórax em cão da raça Dogo Argentino com presença de áreas de eritema, comedões actínicos e furunculose.

 

O diagnóstico é feito baseado na história e exame histopatológico.

O tratamento é baseado na diminuição da inflamação e privação solar. Em casos graves, a prednisolona pode ser utilizada por poucos dias para diminuir a inflamação e a antibioticoterapia instituída quando houver infecção bacteriana. O uso do imiquimod três vezes por semana é indicado por algumas semanas. Fora do Brasil, os retinóides são utilizados.

Independente da fase da doença, os pacientes precisam ser privados do sol através do confinamento, uso de protetor solar ou utilizando roupas de proteção UV.

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