A gastrectomia parcial é indicada quando há necrose, ulceração ou neoplasias afetando a curvatura maior do estômago ou a porção central. A necrose está geralmente associada à dilatação volvo-gástrica e pode ser tratada por ressecção da área afetada. Para avaliar a viabilidade tecidual do estômago, devem ser observados fatores como a coloração da serosa, a textura da parede gástrica, a patência vascular e o sangramento após a incisão. Em relação à coloração, na maioria dos casos, ela varia de cinza esverdeado a preta, com uma textura fina. Em alguns pacientes, a determinação da viabilidade tecidual pode ser difícil. Portanto, se houver suspeita de necrose, o ideal é realizar a retirada do tecido afetado ou proceder à invaginação.
Durante a realização da gastrectomia parcial, os ramos da artéria gastroepiploica esquerda e/ou as artérias gástricas curtas são ligadas ao longo da porção afetada a ser removida. Após a ligadura, o tecido necrótico é excisado, mantendo-se uma margem com tecido saudável, que deve apresentar sangramento ativo e a coloração padrão da serosa. Após a retirada do tecido necrótico, realiza-se a sutura contínua em duas camadas, no padrão invaginante (Cushing-Cushing ou Cushing-Lembert), utilizando fio de sutura monofilamentar absorvível (Poliglecaprone 25). A primeira camada da sutura deve incorporar a submucosa, a musculatura e a serosa, enquanto a segunda camada invaginante deve envolver a musculatura e a serosa (Figura 1).