A exploração cardíaca por meio da ausculta é uma técnica que requer precisão e padronização. Sendo assim, é necessário um aprendizado teórico, com excelente fundamentação, bem como prático, com precisão na aplicação das técnicas. O domínio deste conhecimento proporciona ao médico veterinário uma base sólida, permitindo ao mesmo mover-se com segurança e desenvoltura no campo quase que infinito de possibilidades diagnósticas. Logo, para o desenvolvimento de uma boa ausculta é imprescindível que o estudante conheça a técnica auscultatória.
Após obtenção do embasamento técnico, exige-se do estudante um exercício contínuo e árduo da ausculta ao lado do paciente, obtendo-se progressivamente informações mais objetivas por meio da execução correta do procedimento. Entende-se que para toda boa jornada, é necessário um “ponto de partida”, logo, considerando o aprendizado da auscultação, o conhecimento dos sons normais produzidos pelo coração é um pilar inicial essencial.
Em cães e gatos sadios, cada ciclo cardíaco é composto por dois sons distintos, denominados bulhas cardíacas. A primeira bulha cardíaca (S1) está associada ao fechamento das valvas atrioventriculares direita e esquerda (comumente conhecidas como tricúspide e mitral, respectivamente) e produz um som audível parecido com “lubb”. A segunda bulha cardíaca (S2) está associada ao fechamento das valvas semilunares aórtica e pulmonar, quando comparada à S1 ela é mais curta e de tonalidade mais alta, soando parecido como um “dupp”.
Portanto em um cão ou gato sadios, durante a ausculta cardíaca, poderá ser notado dois sons cardíacos distintos a S1 (“lubb”) e a S2 (“dupp”).