Equalis veterinaria

A importância da pesquisa de anticorpos na condução das doenças infecciosas

Autor: Jessica Carvalho

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Doenças infecciosas são o resultado das lesões causadas por um agente infeccioso e a resposta imune do hospedeiro, frente a esta infecção. Sendo assim, diagnosticá-la pode ser um desafio, uma vez que cada microrganismo tem um tempo específico para despertar uma resposta imunológica no hospedeiro. Logo, um estudo analítico do sangue objetivando a detecção de antígeno e anticorpos é de suma importância no diagnóstico destas enfermidades.  

Sorologia é um estudo analítico do sangue, com o objetivo de detectar antígenos e anticorpos. Antígeno é qualquer substância que pode ser ligada a uma molécula de anticorpo e quando desencadeia uma resposta imune é chamado de imunógeno. Anticorpos são proteínas produzidas em resposta a um imunógeno e que reage com um antígeno. Por exemplo, um cão entrou em contato com oocistos de Toxoplasma gondii ao comer uma carne crua e seu corpo formou proteínas anti-T. gondii. O oocisto é o antígeno, por gerar uma resposta imune no corpo do animal, este antígeno é imunógeno e a proteína anti-T. gondii formada é o anticorpo gerado pela resposta imunológica para combater o parasito.

Atualmente, as principais técnicas sorológicas no diagnóstico das doenças infecciosas, utilizam testes de fluorescência, que dispõem de um Ac (anticorpo) ou Ag (antígeno) marcado a fluoróforos, substâncias que emitem fluorescência sob luz UV. Além disso, também temos os testes imunoenzimáticos, que fazem uso de marcadores enzimáticos e um cromógeno, cuja variação calorimétrica que é interpretada para obtenção do resultado.

Neste mundo da pesquisa de anticorpos, não basta que uma reação aconteça para significar que aquele paciente é reagente para determinada enfermidade. Tecnicamente, para considerarmos um resultado como reagente, o seu valor precisa ultrapassar o limiar de reatividade ou Cutt off, que é uma variável dependente do antígeno utilizado, da doença pesquisada e da técnica adotada.

E se recebemos um resultado “REAGENTE”, meu paciente está infectado? A resposta é NÃO, isto porque após o contato de um organismo com um antígeno que seja imunógeno, ocorrerá a produção de anticorpos, que pode perpetuar após o período da infecção.  No mais, este período de permanência é dependente do agente infeccioso e da resposta imunológica no animal, bem como também podem ocorrer reações cruzadas com outros microrganismos, gerando resultados falso-positivo.

Frente a isto, o conhecimento do histórico do paciente e do exame que solicitamos nos orienta como utilizá-lo. Por exemplo, a realização pareada de testes sorológicos em intervalo de tempo médio de 2 a 4 semanas, fornece dados de aumento ou redução de titulação, que serve para acompanharmos como o organismo está respondendo. Um aumento progressivo, em sua maioria, representa correlação com a doença clínica.

O título do soro é a diluição máxima em que ele é capaz de reagir com o antígeno pesquisado, se o título está maior, significa que mesmo diluindo bastante aquele soro, ainda existe uma quantidade grande de anticorpos circulantes, capazes de reagir com os antígenos. Nestas situações, removendo algumas poucas exceções, representa que o corpo ainda está sendo exposto a determinado microrganismo e formando novos anticorpos.

Por fim, o mundo dos testes sorológicos é uma ferramenta muito importante para o diagnóstico das enfermidades, porém deve ser utilizado de forma adequada, para que não ocorram equívocos na interpretação do resultado. Sendo assim, o conhecimento bem firmado é essencial para a melhor utilização das técnicas diagnósticas na condução dos casos clínicos.

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