Aplicações Práticas do Strain
A técnica ecocardiográfica do Strain Cardíaco nos ajuda a avaliar a função cardíaca nos 3 eixos cartesianos (longitudinal, radial e circunferencial).
Em relação à fração de ejeção (FEj) o strain longitudinal é mais sensível na detecção de alterações da função miocárdica (podendo nos mostrar alterações subclínicas e até nos ajudar a reclassificar a função sistólica do paciente, é menos dependente do ângulo de insonação e é capaz de detectar alterações de contratilidade segmentar, entre outras vantagens.
As aplicações mais comuns, portanto, envolvem as seguintes situações, principalmente em suas fases compensadas (quando não houve ainda alteração na fração de ejeção, mas já houve comprometimento subendocárdico):
- Cardiotoxicidade por quimioterapia
- Valvopatias
- Miocardiopatias
O strain circunferencial é aquele que avalia a diminuição da cavidade na sístole e se altera nas patologias que envolvem as camadas médias e externas das paredes (transmurais), portanto, aquelas com maior tempo de evolução e/ou mais graves, como miocardiopatias e valvopatias descompensadas.
Por último, o strain radial avalia o espessamento das paredes na sístole. Através da comparação entre paredes opostas, podemos avaliar o grau de sincronismo cardíaco e obtermos as regiões com maior dificuldade na condução dos estímulos elétricos, sendo útil na escolha dos locais para implante de eletrodos de ressincronizadores, por exemplo.