RAIVA: UMA ZOONOSE DE IMPORTÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA.
A raiva é uma doença viral altamente contagiosa, que acomete os mamíferos, inclusive os seres humanos. Portanto, trata-se de uma zoonose com letalidade próximo a 100%. Dados mostram que quase 60 mil pessoas morrem anualmente no mundo devido a esta patologia, principalmente em países que não têm acesso ao tratamento pós-exposição e profilaxia de pessoas e animais.
É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus pertencente à família Rhabdoviridae. É um vírus RNA, envelopado, assemelhando-se a um projétil, com uma das extremidades côncava e outra convexa, sendo responsável por uma doença caracterizada por encefalite aguda, que afeta o sistema nervoso central. Tratando-se de cães e gatos, é importante que os veterinários estejam cientes dos sinais e sintomas desta enfermidade, para que possam diagnosticar e manejar a doença precocemente, evitando, desta forma, a disseminação do patógeno.
Os indicadores de saúde-doença para a raiva são estritamente relacionados à vacinação, saúde animal e responsabilidade de seus tutores. Portanto, tratando-se de uma doença de notificação compulsória, esses indicadores são de grande importância para o Brasil, contribuindo diretamente na vigilância em saúde e sanitarismo. Em 2019 foram identificadas notificações de caninos infectados na região Nordeste (3/4) e região Sudeste (1/4), bem como em felinos, na região Sul (2/3) e Sudeste (1/3).
A transmissão da raiva ocorre através do contato com a saliva de um animal infectado. Isso pode acontecer por meio de mordidas, arranhões ou lambeduras. A saliva de um animal infectado contém o vírus da raiva e pode infectar outras pessoas ou animais. Segundo Gomes (2019), existem quatro ciclos de transmissão da raiva, o urbano, que ocorre geralmente em cães e gatos; silvestre, com foco em animais da fauna local; rural, acomete os animais de produção, e aéreo, ciclo de transmissão no qual destacam-se os morcegos. Vale ressaltar que cerca de 70% dos casos notificados de raiva humana nos países em desenvolvimento ainda tem o cão como transmissor. Desta forma, os sintomas iniciais da raiva incluem febre, perda de apetite, vômitos e fraqueza geral. À medida que a doença progride, pode-se desenvolver sinais neurológicos, incluindo mudanças de comportamento, agressividade, convulsões e paralisia.
Nas Américas, nos últimos 10 anos, houve um decréscimo de 90% nos casos de raiva canina devido aos programas de controle da doença, logo, recomenda-se disseminar campanhas nacionais de conscientização em prol do controle e prevenção desta enfermidade. A melhor maneira de prevenir a raiva em cães e gatos é através da vacinação. Todos esses animais devem ser vacinados contra a raiva no período recomendado, bem como devem manter um cronograma regular de reforço para garantir que permaneçam protegidos. É importante lembrar que a vacinação não só protege o animal vacinado, mas também ajuda a proteger as pessoas e outros animais ao seu redor. Sendo assim, cabe potencializar a prevenção contra essa zoonose, principalmente nas principais localidades que apresentaram casuística dessa doença, assim corroborando para a sua estabilização e controle.