Lesões vaginais e vestibulares são mais frequentemente abordadas por episiotomia. Em relação ao decúbito, a paciente é colocada em posição perineal com os membros pélvicos e o períneo suspensos sobre a extremidade da mesa cirúrgica (semelhante ao decúbito Jackknife). Um acolchoamento deve ser colocado entre a borda da mesa para evitar lesões.
A pele perineal é tricotomizada e preparada assepticamente; o vestíbulo pode ser higienizado com solução diluída de clorexidina (0,12%) antes da cirurgia. A pele é incisada, iniciando na comissura dorsal da vulva e estendendo-se ao longo da rafe perineal em direção ao ânus (Figura 1A). A extensão dorsal do vestíbulo pode ser avaliada inserindo um instrumento rombudo (tentacânula) na fissura vulvar e direcionando-o dorsalmente, até que os limites do vestíbulo sejam determinados. Este instrumento também pode ser mantido para fornecer resistência durante a incisão com bisturi e para evitar traumas inadvertidos no tecido subjacente. A incisão é progressivamente aprofundada até que o músculo constritor vestibular e a mucosa sejam seccionados. Alternativamente, uma incisão de espessura total em estágio único pode ser realizada com tesouras Mayo afiadas.
A hemostasia é alcançada pelo uso criterioso de eletrocoagulação ou pela colocação de uma pinça Doyen atraumática sobre os tecidos laterais às bordas da incisão. Após a colocação de um afastador Weitlaner, o vestíbulo, óstio uretral e a junção vestíbulo-vaginal podem ser visualizados. A sondagem da uretral é realizada para evitar lesões iatrogênicas antes do início dos procedimentos. O fechamento das camadas mucosa e muscular é realizado separadamente com fio de sutura absorvível monofilamentar (poliglecaprone 25) no contínuo simples, por fim, a pele é suturada no padrão isolado simples (Figura 1B). A aplicação de compressas frias (10 minutos a cada 4 horas) e anti-inflamatórios não esteroides proporciona analgesia e reduz o edema pós-operatório.